Eu à beira do precipício

Eu à beira do precipício é uma série fotográfica desenvolvida pelo Coletivo ]duas[ . Esta obra foi criada a partir do diálogo entre artes visuais e artes cênicas, pois o Coletivo é formado pela artista visual Maíra Ishida e pela atriz Heloisa Marina, ambas catarinenses. O encontro entre as duas linguagens nasceu a partir do interesse comum das duas artistas em desenvolver poéticas pessoais para refletir a respeito da identidade, da memória, e do feminino.

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A série se constitui de autorretratos que imitam a estética de fotografias antigas. As imagens foram desenvolvidos por meio da reelaboração de cenários e personagens de fotografias de mulheres de diferentes épocas tiradas dos álbuns familiares de ambas artistas. Os ambientes, os vestuários e as expressões de cada retrato foram detalhadamente reconstruídos. Além disso, em cada imagem foi copiada a aparência de envelhecimento por meio de tratamento digital. Os rostos que aparecem nas fotografias da série, entretanto, são sempre os das duas participantes do Coletivo.

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Com o intuito de criar um diálogo, uma reflexão, sobre as mulheres que nos antecedem e o nosso próprio tempo, os retratos representam diversas mulheres, de diferentes classes sociais e etnias. São imigrantes alemãs, japonesas, negras, donas de casa em seus trabalhos domésticos, mães, jovens influenciadas pela moda hippie nos anos setenta, trabalhadoras. Conforme as décadas vão avançando percebe-se o nascimento de um novo estilo de vida e de representação da mulher que, se em um momento mantiveram uma postura recatada, bucólica, passam a desafiar a câmera fotográfica em poses irreverentes. Ao representarem suas próprias avós, mães, tias, as artistas buscam o lugar ao qual pertencem, a sua identidade, que não se resume apenas ao aspecto da origem étnica, ou lugar de nascimento, mas a uma constante construção cultural por meio de imagens.

 

Coletivo ]duas[
É constituído pela artista visual Maíra Ishida e pela atriz Heloisa Marina. Nasceu em 2010 ao redor da proposta de integrar as áreas artísticas do teatro e das artes visuais. O encontro entre as duas linguagens surgiu a partir do interesse comum das duas artistas em desenvolver poéticas pessoais para refletir a respeito da identidade, da memória, e do feminino. Em 2015 o Coletivo teve a série Eu à beira do precipício selecionada para exposição na Mostra Sesc Cariri de Culturas, em Juazeiro do Norte. Em 2013, foi contemplado pelo Edital Elisabete Anderle de estímulo à Cultura, Santa Catarina, com o projeto de intervenção urbana, oficina e debate que se realizou em Florianópolis, em setembro de 2014, junto à exposição Eu à beira do precipício, na sede do Círculo Ítalo-brasileiro Casa D’itália.

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Maíra Ishida

É artista visual e trabalha com fotografia, vídeo, instalação e intervenção urbana. Pesquisa relações entre a fotografia e a construção das identidades e das memórias. É mestranda pela Universidade Estadual Paulista – UNESP. Realizou diversas exposições, entre elas destacam-se Memória Compulsiva, efetivada através do Prêmio Mercosul de Artes Visuais, em 2016, no Espaço de Arte Contemporânea (EAC), em Montevidéu; Reminiscências Urbanas, no Centro de Fotografia de Montevidéu (CDF), em 2015; e Reminiscências Urbanas, na Fundação BADESC, em Florianópolis, em 2014.

Também atua como docente de artes visuais e de fotografia. Atualmente ministra aulas de fotografia na Techimage Escola de Fotografia, em São Paulo.

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Heloisa Marina

É atriz e produtora independente e colaboradora da Cia Entrecontos. Foi membro fundadora da Dearaque Cia., tendo atuado na mesma como gestora financeira, atriz e produtora cultural entre os anos de 2007 e 2014. Dentro dessas companhias atua como produtora representando as entidades em feiras, festivais e encontros de negócios do setor artístico e cultural e apresentou-se como atriz em diversos espetáculos teatrais no Brasil e em outros países como Argentina, Chile, Peru e México.

Seu trabalho artístico interroga as fronteiras entre realidade e ficção a partir da utilização de elementos autobiográficos na composição cênica.

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